sexta-feira, 23 de setembro de 2016
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Pilates pode ser praticado em grupo?
Por: Cristina Abrami
Mais popular do que nunca, o
método Pilates - revolucionário sistema de exercícios de condicionamento
físico e mental - vem se difundido em todas as partes do mundo. Criado
na década de 20 pelo alemão Joseph H. Pilates,
chegou ao Brasil na década de 90, trazido por profissionais certificados
no exterior, principalmente nos EUA.
De lá para cá, muitos
estúdios vem sendo abertos, muitos cursos oferecem certificação no
método e muitas adaptações foram feitas para as aulas se adequarem à
realidade do séc. XXI. Ainda que aplicado de forma contemporânea,
os princípios do Pilates devem permanecer intactos, pois aí está toda a
essência do método.
Hoje vemos a oferta de
sessões de Pilates que atendem a todo tipo de público, desde as aulas
tradicionais e individuais de Mat Pilates (na qual o praticamente faz
todos os movimentos no chão), até às aulas em grupo,
feitas em equipamentos e totalmente personalizadas.
Base do Pilates é o atendimento individual
Não podemos esquecer que o
método Pilates surgiu da necessidade do criador de desenvolver uma
metodologia de exercícios que atendesse às suas próprias necessidades de
aprimoramento físico. Já que desde a infância ele
não se conformava com sua condição de criança de saúde frágil e
fisicamente debilitada.
Ao longo de sua vida, Joseph
H. Pilates pesquisou sobre o movimento humano, praticando os mais
variados esportes e atividades físicas. Isso lhe deu condições de
conhecer e praticar as mais diversas abordagens de movimentos,
o que resultou em uma compreensão da linha oriental e ocidental de se
exercitar. Das práticas orientais, priorizou a importância da
respiração, do desenvolvimento da flexibilidade, da concentração e da
consciência de si. Do treinamento ocidental, o desenvolvimento
dos músculos, seu fortalecimento e o aprimoramento do condicionamento
físico. Da união do que havia de melhor nas duas abordagens, surge uma
terceira combinação, o método Pilates, que inicialmente foi denominado
pelo seu criador de Contrologia.
A Contrologia baseia-se em seis princípios, que devem estar presentes durante a execução de cada exercício. São eles:
- Fortalecimento do centro de força
- Respiração
- Controle
- Precisão
- Fluidez de movimentos
- Concentração
Como os exercícios são
executados com alto grau de qualidade e poucas repetições, um instrutor
atendo e capacitado é indispensável para orientar a execução correta. É
papel do profissional impedir que o praticante
realize movimentos errados ou faça compensações em outros grupos
musculares que não são necessários para determinado movimento. Sempre
levando em conta as características e necessidades individuais. Este é o
motivo pelo qual se reconheceu a eficiência e o consequente
sucesso do método.
Afinal, Pilates em grupo funciona?
É viável formar pequenos
grupos de praticantes já experientes na técnica, que possuam grande
conhecimento de seus corpos e de suas possibilidades. Iniciantes com
mesmo nível de habilidade e condicionamento físico podem
praticar juntos, desde que o professor sinta-se capaz de fazer as
modificações necessárias para atender a demanda de cada um.
Por este motivo, embora
tenhamos conhecimentos de práticas de Pilates em grupo com grande número
de alunos, reconhecemos que, embora se mostrem economicamente mais
atraentes, elas podem pecar pelo não-preenchimento
da condição básica do método: a atenção individualizada e o consequente
progresso, de forma segura e eficiente. Da mesma forma, não é
recomendável a prática de aulas em grupo, para pessoas com patologias
importantes, que necessitem de um cuidado diferenciado.
Embora mais caras, as aulas
individuais proporcionam uma maior segurança e uma evolução muito mais
rápida, comparadas às práticas coletivas. Mas em ambos os casos é
necessário que o profissional tenha recebido uma
formação completa no método, tenha passado pela prática intensa de todo
seu conteúdo, seja praticante assíduo e possua habilitação profissional e
conhecimentos específicos para ser capaz de aplicar o método com
competência e responsabilidade.
Mais do que um repertório de
exercícios, o método Pilates é uma experiência completa, no âmbito
físico, mental e espiritual. Deve ser capaz de revolucionar a forma como
reconhecemos e usamos nossos corpos e de como
pode funcionar nossa mente, de forma integrada e completa.
Por isso, antes de se decidir
por uma ou outra forma de praticar, conheça o local, indague sobre a
formação do profissional, o tempo de experiência no ensino da técnica e,
finalmente, entregue-se à deliciosa transformação
que a prática de Pilates pode proporcionar na sua vida!
*Cristina Abrami é diretora técnica do CGPA Pilates e reg, possui o selo internacional de Certified Pilates Teacher e é vice-presidente da Aliança Brasileira de Pilates.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Incentive o aluno com Artrite Reumatóide à prática do Pilates

Instrutora Certificada STOTT PILATES ™
CREF 055672-G/SP
A característica básica da Artrite Reumatóide (AR) ou Doença
Reumatóide é o aparecimento do processo inflamatório crônico que causa
dano progressivo principalmente no sistema musculoesquelético. Podem
ocorrer manifestações extra-articulares como febre, mal-estar, perda de
peso, fadiga, acometimento pulmonar e hematológico, entre outros. Esse
processo inflamatório crônico no sistema musculosesquelético induz às
alterações na composição celular e no perfil da sinóvia, resultando em
problemas articulares, ósseos e nas cartilagens. Tem etiologia
desconhecida e por isso, diversos estudos têm sido sugeridos para
encontrar uma causa definida. As alterações nas imunoglobulinas e no
fator reumatóide potencializam o aparecimento dessa doença. O
envolvimento poliarticular traz complicações nos movimentos do dia a
dia, como resultados de um processo inflamatório da sinóvia.
Os critérios para classificação da AR são:
- Rigidez matinal;
- Edema de tecidos moles de três ou mais áreas articulares;
- Edemas das articulações das mãos ou do punho;
- Edemas simétricos;
- Nódulos reumatóides;
- Presença de fator reumatóide diagnosticado por exame clínico, erosões radiográficas e/ou osteopenia periarticular nas articulações da mão e ou punho.
De acordo com a Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde,
estudos indicam que a prática de Exercícios Físicos (EF) é
imprescindível e que por meio dele os pacientes portadores de AR podem
melhorar a aptidão aeróbia, a força muscular, a mobilidade articular, a
aptidão funcional e até mesmo o humor, sem dano articular significativo
ou piora no processo inflamatório.
Para ler a matéria completa, clique e acesse o portal Tudo Sobre Pilates.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Qualidade de vida: você conseguiu agregá-lo ao seu produto?
Que produto é este que tanto se fala e poucos conseguem entregá-lo? É mais do que uma sequência de movimentos e exercícios em qualquer intensidade que se propõe a entregar aos alunos. É um estilo de vida, uma nova forma de viver.
Para quem deseja construir um novo valor para seu cliente deve pensar em pelo menos em quatro aspectos que considero essenciais para que você possa conseguir entregar esse produto a qualquer cliente. Antes de qualquer coisa, se um cliente lhe procurou, entenda e defina claramente o que ele deseja ou tem necessidade. Agregue o valor: qualidade de vida!
Para conceituar qualidade de vida, muitos o fazem e de maneiras distintas! Vender “qualidade de vida” poucos conseguem. Apresente ao seu cliente o pacote a partir das seguintes considerações:
Alimentação: como seu cliente se alimenta? Entenda sua dieta e veja a relação que ele apresenta com os objetivos esperados. Caso você não seja também um nutricionista, não se preocupe, este profissional já está disponível em larga escala no mercado. Use-o, recomende-o, faça com que ele trabalhe com as bases estruturais para além de uma dieta – faça o trabalho conjunto. Assim, ele será o profissional capaz de lhe ajudar a fazer com que seu cliente comece a se preparar para a incorporação do produto prometido. Se a demanda alimentar estiver bem definida, a sensação de bem-estar já começa imediatamente a ser percebida. Não há a sensação de peso ou de desconforto. Não há quem não se sinta melhor!
Sono: Que bobagem! Como seu cliente dorme? É o tempo da recuperação e da reposição das energias. É essencial recarregar as baterias! Será que sem boas condições de sono alguém consegue ter boa qualidade de vida? Veja as implicações. Busque os reflexos. É essencial. Exemplos você encontra em todo momento. Reflita a partir de seus próprios hábitos: quando tem uma ótima noite de sono, como você acorda? Como você se sente? Como você se olha no espelho? Como é a sua disposição para as tarefas? Como é a sua produção e desempenho? Não se esqueça: você já agregou hábitos saudáveis de alimentação.
Estado de espírito: o que é isso? Mas é isso mesmo: qual é a perspectiva que seu cliente te passa? Seu ânimo e disposição, sua vontade e determinação. Qual o grau de consciência sobre a importância de seu estado emocional em relação a sua vida? Os relacionamentos sociais e a disposição para adquirir novos hábitos. Seu autoconceito e sua autoestima. Suas perspectivas e, porque não, seus sonhos. Traga-o para esse mundo, apresente-o às condições reais, reforce seu estado de espírito e o conduza para as realizações com o maior grau de percepção dos resultados alcançados. Essa sensação irá implicar em atitudes mais positivas e consistentes. O emocional e a motivação serão essenciais.
Atividades físicas – Ah!!! Agora sim, aos poucos e de forma muito bem orientada, mostre o seu valor, mostre o que você tem para oferecer ao seu cliente. Reconheça as suas limitações e explore seu potencial – após cada sessão, o sentimento deverá ser de prazer, de bem-estar. Faça-o se sentir realizado, feliz, descansado e com o astral lá no alto! Isso é qualidade de vida, pode ter certeza. A atividade física é um componente muito importante e cada vez mais reconhecido pelos seus benefícios e suas possibilidades!
Embrulhe tudo isso em um pacote de recomendações: hábitos saudáveis, corte de vícios, reeducação – seja alimentar, de rotinas etc. Faça acompanhamento médico e assim a mágica estará completa: mais que uma máquina de repetições e de cargas variadas, seu cliente tem de ser humanizado, desestressado e integrado socialmente.
Agora reveja seu conceito de qualidade vida! Será que você conseguiu agregá-lo ao seu produto? Será que seu cliente percebeu o que você fez? Ou melhor: será que você entendeu que esse cliente está comprando muito mais do que atividade física, ou seja, está adquirindo qualidade de vida!
Esse é seu produto, e quem o quiser terá de procurá-lo. E pode ter a certeza: poucos são capazes de produzi-lo, pois sua maior característica é ser intangível: não se vê e não se toca, apenas se sente.
Bom trabalho!
Por Paulo Lobato, Univ Fed Viçosa/MG
Publicado na Revista Digital Gestão Fitness
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
A importância da Avaliação Física

Por Guilherme Bareta Belchior
A avaliação física é um importante processo no treinamento esportivo
ou na prescrição de exercícios físicos para saúde ou estética. Quanto
maior o número de informações que o professor tiver do seu aluno, mais
personalizada será a planilha de treinos. O profissional de Educação
Física poderá identificar possíveis fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças e auxiliar a estabelecer metas para o aluno
avaliado a partir da identificação dos déficits apresentados, seja para
melhorar o condicionamento físico, o desempenho esportivo e reduzir peso
ou percentual de gordura, nunca se esquecendo dos objetivos impostos (e
necessários) pelo aluno.
Por meio da avaliação, o profissional terá parâmetros para
identificar a melhor atividade para o aluno e a intensidade e frequência
desses exercícios para que se trabalhe dentro da zona de treinamento
individual.
Para que uma avaliação física seja bem feita é necessário utilizar
critérios e protocolos bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e
qualitativos que indiquem, através de análises e comparações, a real
situação em que se encontra o avaliado.
Mas não basta apenas uma avaliação física. O correto é que o aluno
faça periodicamente a reavaliação, permitindo uma comparação para que o
Educador Físico possa acompanhar o progresso do avaliado com precisão,
sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Com isso, é possível
reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas.

Uma boa avaliação física deve conter:
ANAMNESE: perguntas para identificar histórico
esportivo e pessoal; problemas de saúde; restrições médicas e
medicamentos utilizados; e os objetivos do praticante.
MEDIDAS CIRCUNFERENCIAIS: feitas com uma trena antropométrica, medimos as circunferências de membros superiores, tronco e membros inferiores.
COMPOSIÇÃO CORPORAL: verificamos o peso e a altura
atuais e detectamos o percentual de gordura, peso de gordura, peso de
massa muscular, peso ideal e índice de massa corporal (IMC).
ANÁLISE POSTURAL: através de quatro posições,
analisamos e indicamos desvios posturais que podem interferir no
treinamento e na vida cotidiana da pessoa, e indicamos exercícios para
melhorar a postura do avaliado.
TESTE DE FLEXIBILIDADE: podemos medir, por meio de
testes adimensionais, os níveis de flexibilidade e amplitude articular
das principais articulações e alongamento da musculatura.
TESTES DE FORÇA: utilizamos teste abdominal e de
flexões de braços para verificar possíveis pontos de dores que possam
limitar a realização correta dos exercícios.
TESTE CARDIORRESPIRATÓRIO: pode ser feito de maneira
direta, através do teste físico, ou de maneira indireta, calculada por
fórmulas. Determinamos a frequência cardíaca máxima e todos os limites
de treinamento, além de verificar a pressão arterial durante o esforço e
o nível de esforço muscular de membros inferiores.
OS RESULTADOS SÃO PERCEBIDOS QUANDO COMPARAMOS A AVALIAÇÃO FÍSICA DO
INÍCIO DO TREINAMENTO COM A AVALIAÇÃO APÓS UM TEMPO DETERMINADO.
A AVALIAÇÀO FÍSICA É SINÔNIMO DE SEGURANÇA E BONS RESULTADOS.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Pilates Sobre Rodas

Cadeirantes podem fortalecer músculos e melhorar a qualidade de vida com o Pilates.
Portadores de necessidades especiais como os cadeirantes têm o Pilates como grande aliado no dia a dia. Com o médoto é possível trabalhar diversos grupos musculares de forma não agressiva e inteligente proporcionando benefícios como alongamento e maior controle corporal, correção postural, maior flexibilidade, além de tônus e força muscular.
De acordo com os fisioterapeutas Michel Salgado e Sérgio Machado, sócios-fundadores e diretores da Metacorpus Studio Pilates, a atividade física específica para pessoas com lesão medular é fundamentada no condicionamento físico baseado em seis princípios fundamentais como: concentração, controle, power house, movimento fluido, respiração e coordenação motora.
“Até pouco tempo, o tratamento de pacientes com lesão medular estava restrito à prevenção de danos à medula espinhal, limitando o tratamento fisioterápico à reabilitação intensiva. Com o aumento da expectativa de vida dessas pessoas e o ganho social para sua maior acessibilidade de mobilidade, o processo de reabilitação desviou-se da preocupação de sobrevivência e tem foco na melhoria da qualidade de vida e no aumento da independência”, avalia o fisioterapeuta Michel Salgado.
Portadores de necessidades especiais como os cadeirantes têm o Pilates como grande aliado no dia a dia. Com o médoto é possível trabalhar diversos grupos musculares de forma não agressiva e inteligente proporcionando benefícios como alongamento e maior controle corporal, correção postural, maior flexibilidade, além de tônus e força muscular.
De acordo com os fisioterapeutas Michel Salgado e Sérgio Machado, sócios-fundadores e diretores da Metacorpus Studio Pilates, a atividade física específica para pessoas com lesão medular é fundamentada no condicionamento físico baseado em seis princípios fundamentais como: concentração, controle, power house, movimento fluido, respiração e coordenação motora.
“Até pouco tempo, o tratamento de pacientes com lesão medular estava restrito à prevenção de danos à medula espinhal, limitando o tratamento fisioterápico à reabilitação intensiva. Com o aumento da expectativa de vida dessas pessoas e o ganho social para sua maior acessibilidade de mobilidade, o processo de reabilitação desviou-se da preocupação de sobrevivência e tem foco na melhoria da qualidade de vida e no aumento da independência”, avalia o fisioterapeuta Michel Salgado.
“Deve-se trabalhar bem a questão do aumento da força em membros superiores uma vez que esta musculatura sofre sobrecarga. É importante gerar uma harmonia dos movimentos estimulando maior coordenação motora na execução das atividades diárias”, completa o fisioterapeuta Sérgio Machado.
Atividade física acessível
Nascido em 1880, Joseph Pilates criou um repertório de exercícios que eram executados no solo. Residente na Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial, foi feito prisioneiro e transferido a um campo de trabalho britânico, onde aprimorou seus movimentos com auxílio de molas e macas para reabilitar soldados feridos.
De acordo com a fisioterapeuta Tatiana Kasahara, proprietária de três unidades da rede Metacorpus, a evolução dos pacientes portadores de lesão medular, assim como as respostas destes às aulas de Pilates, são imprevisíveis. As funções sensitivas, motoras e funcionais preservadas abaixo do nível da lesão apresentam padrões variáveis de recuperação. É importante que o paciente tenha o mínimo de controle de tronco para frequentar as aulas, alguns exercícios podem ser feitos na própria cadeira de rodas.
Ainda segundo Tatiana Kasahara,é importante para este público que passa a maior parte do tempo na mesma posiçãoter aulas buscando melhorar a capacidade respiratória, uma vez que ele é incentivado a utilizar a mobilidade de todo tórax de modo a dificultar o surgimento de possíveis doenças como pneumonias. Da mesma forma, o Pilates para portadores de lesão medular auxilia no trabalho dos órgãos internos e musculaturas profundas, oferecendo melhora no funcionamento intestinal.
“Muitos alunos nos relatam este tipo de melhora. Exercícios específicos para controle e sustentação do tronco, fortalecimento de membros superiores para facilitar transferências de peso para outros locais (carro, cama, cadeira, sofá) e estímulos de equilíbrio”, afirma Tatiana.
Para o treino com paraplégicos, por exemplo, são utilizados bolas, elásticos e os próprios equipamentos de Pilates. “O exercício é um ótimo aliado não só da performance motora como também da autoestima. Mesmo aqueles que precisam de auxílio para realizar os exercícios devem sempre ter em mente que ele será responsável pelos cuidados com o próprio corpo. Alguns exercícios do Pilates quando praticados no dia a dia proporcionaram a nossos alunos independência e autonomia, bem como maior equilíbrio estático e dinâmico”, avalia Tatiana.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Vinte sugestões para o seu filho amar comidas saudáveis
Mônica Brandão
Publicado em 13.02.2012

Getty Images
Já que é nos primeiro anos de vida que se
aprende a comer, conheça as principais sugestões de especialistas para
oferecer uma boa educação alimentar ao seu filho
Um estudo americano publicado na revista Clinical Pediatrics, depois de
avaliar crianças e adolescentes obesos, concluiu que é nos primeiros
anos de vida que uma pessoa aprende a comer, pois descobriu que mais da
metade já se encontrava nessa situação aos 2 anos de idade. Segundo os
pesquisadores, os hábitos alimentares aprendidos nessa primeira fase
orientam a criança em seu futuro e são difíceis de serem modificados.
Justamente nesse período, os pais têm mais dúvidas à mesa tentando
cumprir bem o seu papel. Conheça as principais sugestões dos
especialistas para oferecer uma boa educação alimentar ao pequeno.
1. Seja o exemplo
Papai e mamãe são os maiores exemplos, mas isso nem sempre é bom.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, 40% dos adultos brasileiros
são obesos, o que prova: a alimentação dos pais não reflete bons
hábitos. Não adianta nada o casal acostumado a pedir sanduíche no almoço
e comida chinesa no jantar imaginar que ensinarão o filho a comer
saudavelmente. Se ele não presenciar a mãe saboreando uma deliciosa
salada, não vai fazer o mesmo. Iniciar as modificações desses hábitos
ainda durante a gravidez - que também exige uma boa alimentação - dará
mais tempo para efetivá-las até que o bebê comece com as papinhas. A
mudança, em geral, é difícil, principalmente nas primeiras semanas, mas o
investimento vale a pena. Caso a criança vá ficar aos cuidados de outra
pessoa, como parentes e berçários, verifique como é a conduta deles
também.
2. Aprenda a cozinhar
Segundo a maioria dos especialistas, o fato de as famílias comerem de
maneira inadequada tem a ver com a falta de tempo e a disposição para
cozinhar. Primeiro passo: distribua tarefas e organize os horários para
que alguém consiga ser o cozinheiro. Muitas pessoas descobrirão que
preparar um prato saudável requer menos tempo do que se imagina. Pedir
ajuda a parentes, amigos e vizinhos gourmet também é uma boa dica. Já
existem no mercado livros de culinária destinados aos cozinheiros de
primeira viagem, com fotos e textos bem didáticos. Quando aprendem a
cozinhar, os pais também ficam mais conscientes sobre as vantagens de
uma alimentação saudável. E podem (por que não?) descobrir um prazer
nisso.
3. Diversifique a papinha
Uma boa papinha precisa incluir os três grupos alimentares:
construtores (carnes de boi, de frango e de peixe, feijão, ervilha,
proteínas), energéticos (arroz, macarrão, batata, carboidratos em geral)
e reguladores (legumes, verduras, fibras). Diversifique bastante.
Oferecer o máximo possível de variedades de alimentos é importante para
garantir o fornecimento de todos os nutrientes necessários ao
crescimento do bebê. É importante também para ele conhecer e se
acostumar com a comida, descobrir suas preferências e tolerâncias.
Quando é colocada em contato com muitos tipos de alimento, a tendência
da criança é aceitar tudo, incluindo frutas, legumes e verduras. Quanto
menos variado for o cardápio, mais seletiva ela será, principalmente na
adolescência, o que pode prejudicar seu desenvolvimento e até o futuro
controle de peso.
4. Prepare combinações apetitosas
Comida de criança tem de ser gostosa e não apenas uma soma de
ingredientes. Crie combinações que um adulto também apreciaria, com bom
senso, levando em conta os diferentes sabores e as misturas possíveis - e
cabíveis. Não é recomendável utilizar sal, pois os alimentos já contêm
sódio suficiente para suprir as necessidades diárias de uma criança - em
excesso, ele causa hipertensão e problemas renais. Personalize a
receita com temperos in natura, como cebola, alho, salsa, cebolinha e
outras ervas, para deixar a papinha mais gostosa. Comida malfeita
desestimula o bebê a gostar de comer.
5. Respeite cada fase
Respeitar cada fase até os 2 anos incentiva o apetite infantil. Sem os
dentes não tiverem nascido, o bebê consegue apenas ingerir papinhas
pastosas, preparadas com alimentos amassados (jamais batidos no
liquidificador). Depois disso, a consistência deve caminhar gradualmente
para uma sopa pedaçuda. Entre os 8 e 9 meses de idade, já é possível
oferecer alimentos macios em pedaços. Carnes podem ser moídas, picadas
ou desfiadas. Quando a mastigação não é estimulada, a criança tende a
não aceitar saladas, carnes em pedaços, frutas e alimentos que exijam
mais, principalmente os que são boas fontes de proteínas e fibras.
6. Ofereça muita água
Acostume seu filho a beber água ou ele poderá crescer sem esse hábito. A
água é muito importante na infância para ajudar no bom funcionamento do
intestino e diminui o risco de problemas como dores de cabeça e
musculares, dificuldade na digestão e sobrecarga nos rins. Não existe
uma recomendação médica específica sobre a quantidade, mas ofereça
depois das refeições - nunca durante - e entre elas. Faça o mesmo com os
sucos. Com o tempo, a própria criança aprenderá a indicar que está com
sede.
7. Evite as guloseimas
Evite açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas,
salgadinhos e outras guloseimas sempre, mas, principalmente, nos dois
primeiros anos. São alimentos de grande valor calórico e sem nenhum
nutriente, além de não acrescentarem nada ao organismo. Muitos contêm
aditivos químicos. Um bebê criado saudavelmente vai entender que a
sobremesa é fruta, e não doce. Mesmo que mais para a frente tenha
contato com as guloseimas, a criança terá outra relação com elas.
8. Deixe a criança comer o quanto quiser
Até os 2 anos, ela tem a capacidade de saber exatamente quando está
saciada e obedece a essa ordem do organismo. Se os pais insistem para
que ela se alimente mais, acabará fazendo isso para agradá-los e corre o
risco de perder tal habilidade. Não saberá mais distinguir quando a
fome acabou. Com o tempo, seu estômago pode dilatar, aumentando o risco
de se tornar uma pessoa obesa.
9. Observe o quanto seu filho come
Cuidado com o quanto oferece de comida. Uma grande quantidade pode
assustar a criança e até desestimular seu apetite. A tendência do adulto
é fazer o prato semelhante ao seu, esquecendo que o estômago infantil é
menor - a capacidade gástrica de um bebê de 1 ano, por exemplo, é de
250 ml, enquanto a de um adulto é de 1,3 mil ml. Para não exagerar,
observe durante algumas semanas o quanto seu filho come. Em alguns dias,
ele come mais e, em outros, menos, mas você notará que existe uma
quantidade-padrão que pode servir como referência.
10. Mantenha os mesmos horários de refeição
Isso ajuda na organização do metabolismo da criança, que conseguirá
entender melhor as sensações de fome e saciedade. A atitude também vai
ajudar na rotina de casa: fica mais fácil saber a hora de ir para a
cozinha preparar o almoço ou a antecedência necessária para fazer
compras. Sem falar que os pais também conseguem administrar melhor o
tempo e estar presentes na mesa com o filho - ou procurar que alguém
adequado esteja.
11. Não force a criança a comer
Tente um pouco, mas não insista. É difícil ver o filho não se
alimentar, mas controle a ansiedade. Guarde a comida na geladeira,
espere meia hora e ofereça novamente. Às vezes, é apenas uma questão de o
apetite estar com horários errados. Se ela recusar novamente, descarte
essa comida e adiante o horário da próxima refeição. Jamais ofereça
doces, bolachas e salgadinhos no lugar do que foi recusado.
12. Ofereça comidinhas para pegar com as mãos
Um jeito de incentivar o apetite do bebê e ainda ajudar o seu
desenvolvimento motor fino é criar comidinhas que possam ser consumidas
com as mãos. Pedacinhos de pão, frutas e legumes picados, carnes
desfiadas, são alguns exemplos do que pode ser oferecido em um pratinho
de plástico. A criança vai se divertir tentando comer sozinha e
associará esse prazer ao ato de se alimentar.
13. Observe a qualidade e a quantidade das refeições
É necessário mudar a imagem de que uma criança saudável é a que come
muito. Os pais têm a sensação de missão cumprida quando o filho limpa o
prato, mas isso não é sinônimo de saúde. Cuidar não é só alimentar mas
também observar a quantidade e a qualidade das refeições. A obesidade
não ocorre porque alguém come demais uma ou duas vezes, e sim porque uma
pessoa come um pouco a mais todos os dias. Não deixe esse costume fazer
parte da sua família.
14. Faça uma refeição com o pequeno
Os pais devem organizar a vida para fazer, pelo menos, uma refeição com
os filhos, não importa qual. Além de observar os hábitos alimentares
dos adultos e tentar imitá-los, a criança também vai aprender que o
horário das refeições pode ser divertido, uma fonte de prazer. Conversas
agradáveis, brincadeiras e, lógico, uma boa comida só ajudam.
15. Não incremente demais os pratos
Adultos podem achar delicioso um bom filé de frango ao molho curry,
mas, com certeza, a criança não. Quando o bebê entra na fase de comer o
mesmo que a família, ao completar 1 ano de idade, isso não significa que
vai apreciar qualquer coisa. Receitas muito elaboradas ou com temperos
mais picantes podem desagradá-lo. O ideal é fazer uma adaptação do que
os pais irão comer. Também não é recomendável estimular sabores
acentuados, pois eles incentivam o desenvolvimento de preferências
futuras que não serão saudáveis. Excesso de sal causa hipertensão,
problemas gástricos e renais, e o açúcar leva ao diabete tipo 2 e
obesidade. Bebês não precisam disso. O açúcar do leite materno (lactose)
tem baixo poder adoçante e adoçar as preparações, mesmo com mel, é
completamente desnecessário e prejudicial.
16. Nada de comer em frente à TV
Resista à tentação de dar comida para a criança na frente da televisão.
Isso se tornará uma prática que a seguirá até a vida adulta. Ela
precisa aprender que o ato de comer é prazeroso e dispensa outras
distrações. Assim, prestará atenção na comida, em seu gosto, sua textura
e, principalmente, saberá quando a fome acabou. Quem se alimenta
realizando outras tarefas come de maneira automática, sem distinguir
quando está saciado e come a mais. Existe ainda a possibilidade de a
criança ficar tão distraída com a tela iluminada que não comerá nada. O
correto é o bebê ter um cadeirão e fazer as refeições à mesa, de
preferência juntamente com a família.
17. Cuidado com o exagero de carboidratos
O excesso pode levar à predisposição de doenças como obesidade e
diabetes. Não só arroz, pão e massas podem ser os vilões. Estudos
recentes mostram que o consumo excessivo de proteínas, especialmente nos
primeiros anos de vida, está relacionado com o desenvolvimento de
obesidade no futuro. O grupo dos alimentos reguladores (legumes e
verduras) é o que deve aparecer em maior número na hora de pensar no
preparo da comida.
18. Improvise na cozinha
Com o tempo, você vai notar que o bebê tem preferências. Aproveite esse
conhecimento quando ele estiver doente - dar o que mais gostam (entre
os alimentos saudáveis) pode ser a única maneira de alimentá-los. Isso
também pode ajudar na hora de introduzir os vegetais: combinado com o
prato preferido, fica mais fácil conhecer o alface, a escarola, o chuchu
etc. Facilite a aceitação improvisando novas maneiras de apresentação. O
ideal é que a criança coma as frutas ao natural, com as mãos. No começo
e para os apetites mais difíceis, vale picar o mamão ou fazer um
espetinho (sem ponta) com morangos e bananas, por exemplo.
19. Respeite o horário de comer da criança
Quando comer fora de casa, seja em restaurantes, seja na casa de
amigos, garanta que o bebê tenha seu horário respeitado. O ideal é
alimentá-lo antes de sair de casa, assim ninguém fica ansioso e
evitam-se choradeiras. A criança não terá paciência para esperar a
chegada dos pedidos e nem sempre apreciará as experiências culinárias do
anfitrião. Há quem resolva o problema com as papinhas prontas. Usadas
uma vez ou outra, elas não são prejudiciais - são feitas com
ingredientes naturais e não possuem conservantes. A longo prazo, não
oferecem a variedade necessária para incentivar o apetite do bebê nem o
carinho que ele merece, recebendo comidinhas feitas na hora e com
alimentos frescos.
20. Tenha paciência, criatividade e tempo
A tendência deles é cuspir a comida, fazer "não" com a cabeça, jogar os
talheres no chão, tudo para brincar com você. Podem rejeitar sabores
novos e os pais não devem desistir - é necessário oferecer pelo de oito a
dez vezes o mesmo alimento até ter certeza de que a criança não gosta
dele. Haverá momentos em que o apetite está ótimo, em outros não, e sem
razão alguma. Um dia vão adorar frango, em outros só vão querer saber da
banana. Não existe uma lógica. Com o tempo, explorar os ambientes e
brincar vai se tornar mais interessante do que comer - o apetite da
criança pode diminuir e é necessário se adequar às expectativas. Quando
isso não acontece, as refeições se tornam momentos de ansiedade e
frustração, um exemplo nada bom para as crianças. Pais que acreditam não
ter a paciência necessária para tudo isso podem delegar a tarefa para
outra pessoa sem a menor culpa, mas devem continuar por perto e cuidar
da alimentação do filho com o mesmo carinho.Fontes
Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, em São Paulo;
Victor Nudelman, pediatra e neonatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo;
Tânia Rodrigues, diretora técnica da RG Nutri Consultoria Nutricional, em São Paulo.
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