sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Pilates pode ser praticado em grupo?


Método requer atenção individualizada, mesmo em turmas coletivas

Mais popular do que nunca, o método Pilates - revolucionário sistema de exercícios de condicionamento físico e mental - vem se difundido em todas as partes do mundo. Criado na década de 20 pelo alemão Joseph H. Pilates, chegou ao Brasil na década de 90, trazido por profissionais certificados no exterior, principalmente nos EUA.
De lá para cá, muitos estúdios vem sendo abertos, muitos cursos oferecem certificação no método e muitas adaptações foram feitas para as aulas se adequarem à realidade do séc. XXI. Ainda que aplicado de forma contemporânea, os princípios do Pilates devem permanecer intactos, pois aí está toda a essência do método.
Hoje vemos a oferta de sessões de Pilates que atendem a todo tipo de público, desde as aulas tradicionais e individuais de Mat Pilates (na qual o praticamente faz todos os movimentos no chão), até às aulas em grupo, feitas em equipamentos e totalmente personalizadas.
Base do Pilates é o atendimento individual
Não podemos esquecer que o método Pilates surgiu da necessidade do criador de desenvolver uma metodologia de exercícios que atendesse às suas próprias necessidades de aprimoramento físico. Já que desde a infância ele não se conformava com sua condição de criança de saúde frágil e fisicamente debilitada.
Ao longo de sua vida, Joseph H. Pilates pesquisou sobre o movimento humano, praticando os mais variados esportes e atividades físicas. Isso lhe deu condições de conhecer e praticar as mais diversas abordagens de movimentos, o que resultou em uma compreensão da linha oriental e ocidental de se exercitar. Das práticas orientais, priorizou a importância da respiração, do desenvolvimento da flexibilidade, da concentração e da consciência de si. Do treinamento ocidental, o desenvolvimento dos músculos, seu fortalecimento e o aprimoramento do condicionamento físico. Da união do que havia de melhor nas duas abordagens, surge uma terceira combinação, o método Pilates, que inicialmente foi denominado pelo seu criador de Contrologia.
A Contrologia baseia-se em seis princípios, que devem estar presentes durante a execução de cada exercício. São eles:
  • Fortalecimento do centro de força
  • Respiração
  • Controle
  • Precisão
  • Fluidez de movimentos
  • Concentração
Como os exercícios são executados com alto grau de qualidade e poucas repetições, um instrutor atendo e capacitado é indispensável para orientar a execução correta. É papel do profissional impedir que o praticante realize movimentos errados ou faça compensações em outros grupos musculares que não são necessários para determinado movimento. Sempre levando em conta as características e necessidades individuais. Este é o motivo pelo qual se reconheceu a eficiência e o consequente sucesso do método.
Afinal, Pilates em grupo funciona?
É viável formar pequenos grupos de praticantes já experientes na técnica, que possuam grande conhecimento de seus corpos e de suas possibilidades. Iniciantes com mesmo nível de habilidade e condicionamento físico podem praticar juntos, desde que o professor sinta-se capaz de fazer as modificações necessárias para atender a demanda de cada um.
Por este motivo, embora tenhamos conhecimentos de práticas de Pilates em grupo com grande número de alunos, reconhecemos que, embora se mostrem economicamente mais atraentes, elas podem pecar pelo não-preenchimento da condição básica do método: a atenção individualizada e o consequente progresso, de forma segura e eficiente. Da mesma forma, não é recomendável a prática de aulas em grupo, para pessoas com patologias importantes, que necessitem de um cuidado diferenciado.
Embora mais caras, as aulas individuais proporcionam uma maior segurança e uma evolução muito mais rápida, comparadas às práticas coletivas. Mas em ambos os casos é necessário que o profissional tenha recebido uma formação completa no método, tenha passado pela prática intensa de todo seu conteúdo, seja praticante assíduo e possua habilitação profissional e conhecimentos específicos para ser capaz de aplicar o método com competência e responsabilidade.
Mais do que um repertório de exercícios, o método Pilates é uma experiência completa, no âmbito físico, mental e espiritual. Deve ser capaz de revolucionar a forma como reconhecemos e usamos nossos corpos e de como pode funcionar nossa mente, de forma integrada e completa.
Por isso, antes de se decidir por uma ou outra forma de praticar, conheça o local, indague sobre a formação do profissional, o tempo de experiência no ensino da técnica e, finalmente, entregue-se à deliciosa transformação que a prática de Pilates pode proporcionar na sua vida!

*Cristina Abrami é diretora técnica do CGPA Pilates e reg, possui o selo internacional de Certified Pilates Teacher e é vice-presidente da Aliança Brasileira de Pilates.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Incentive o aluno com Artrite Reumatóide à prática do Pilates


Por Marília Zara
Instrutora Certificada STOTT PILATES ™
CREF 055672-G/SP
A característica básica da Artrite Reumatóide (AR) ou Doença Reumatóide é o aparecimento do processo inflamatório crônico que causa dano progressivo principalmente no sistema musculoesquelético. Podem ocorrer manifestações extra-articulares como febre, mal-estar, perda de peso, fadiga, acometimento pulmonar e hematológico, entre outros. Esse processo inflamatório crônico no sistema musculosesquelético induz às alterações na composição celular e no perfil da sinóvia, resultando em problemas articulares, ósseos e nas cartilagens. Tem etiologia desconhecida e por isso, diversos estudos têm sido sugeridos para encontrar uma causa definida. As alterações nas imunoglobulinas e no fator reumatóide potencializam o aparecimento dessa doença. O envolvimento poliarticular traz complicações nos movimentos do dia a dia, como resultados de um processo inflamatório da sinóvia.
Os critérios para classificação da AR são:
  • Rigidez matinal;
  • Edema de tecidos moles de três ou mais áreas articulares;
  • Edemas das articulações das mãos ou do punho;
  • Edemas simétricos;
  • Nódulos reumatóides;
  • Presença de fator reumatóide diagnosticado por exame clínico, erosões radiográficas e/ou osteopenia periarticular nas articulações da mão e ou punho.
De acordo com a Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, estudos indicam que a prática de Exercícios Físicos (EF) é imprescindível e que por meio dele os pacientes portadores de AR podem melhorar a aptidão aeróbia, a força muscular, a mobilidade articular, a aptidão funcional e até mesmo o humor, sem dano articular significativo ou piora no processo inflamatório.

Para ler a matéria completa, clique e acesse o portal Tudo Sobre Pilates.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Qualidade de vida: você conseguiu agregá-lo ao seu produto?

Será que seu cliente percebeu o que você fez? Ou melhor: será que você entendeu que esse cliente está comprando muito mais do que atividade física, ou seja, está adquirindo qualidade de vida!

Que produto é este que tanto se fala e poucos conseguem entregá-lo? É mais do que uma sequência de movimentos e exercícios em qualquer intensidade que se propõe a entregar aos alunos. É um estilo de vida, uma nova forma de viver.

Para quem deseja construir um novo valor para seu cliente deve pensar em pelo menos em quatro aspectos que considero essenciais para que você possa conseguir entregar esse produto a qualquer cliente. Antes de qualquer coisa, se um cliente lhe procurou, entenda e defina claramente o que ele deseja ou tem necessidade. Agregue o valor: qualidade de vida!

Para conceituar qualidade de vida, muitos o fazem e de maneiras distintas! Vender “qualidade de vida” poucos conseguem. Apresente ao seu cliente o pacote a partir das seguintes considerações:

Alimentação: como seu cliente se alimenta? Entenda sua dieta e veja a relação que ele apresenta com os objetivos esperados. Caso você não seja também um nutricionista, não se preocupe, este profissional já está disponível em larga escala no mercado. Use-o, recomende-o, faça com que ele trabalhe com as bases estruturais para além de uma dieta – faça o trabalho conjunto. Assim, ele será o profissional capaz de lhe ajudar a fazer com que seu cliente comece a se preparar para a incorporação do produto prometido. Se a demanda alimentar estiver bem definida, a sensação de bem-estar já começa imediatamente a ser percebida. Não há a sensação de peso ou de desconforto. Não há quem não se sinta melhor!

Sono: Que bobagem! Como seu cliente dorme? É o tempo da recuperação e da reposição das energias. É essencial recarregar as baterias! Será que sem boas condições de sono alguém consegue ter boa qualidade de vida? Veja as implicações. Busque os reflexos. É essencial. Exemplos você encontra em todo momento. Reflita a partir de seus próprios hábitos: quando tem uma ótima noite de sono, como você acorda? Como você se sente? Como você se olha no espelho? Como é a sua disposição para as tarefas? Como é a sua produção e desempenho? Não se esqueça: você já agregou hábitos saudáveis de alimentação.

Estado de espírito: o que é isso? Mas é isso mesmo: qual é a perspectiva que seu cliente te passa? Seu ânimo e disposição, sua vontade e determinação. Qual o grau de consciência sobre a importância de seu estado emocional em relação a sua vida? Os relacionamentos sociais e a disposição para adquirir novos hábitos. Seu autoconceito e sua autoestima. Suas perspectivas e, porque não, seus sonhos. Traga-o para esse mundo, apresente-o às condições reais, reforce seu estado de espírito e o conduza para as realizações com o maior grau de percepção dos resultados alcançados. Essa sensação irá implicar em atitudes mais positivas e consistentes. O emocional e a motivação serão essenciais.

Atividades físicas – Ah!!! Agora sim, aos poucos e de forma muito bem orientada, mostre o seu valor, mostre o que você tem para oferecer ao seu cliente. Reconheça as suas limitações e explore seu potencial – após cada sessão, o sentimento deverá ser de prazer, de bem-estar. Faça-o se sentir realizado, feliz, descansado e com o astral lá no alto! Isso é qualidade de vida, pode ter certeza. A atividade física é um componente muito importante e cada vez mais reconhecido pelos seus benefícios e suas possibilidades!

Embrulhe tudo isso em um pacote de recomendações: hábitos saudáveis, corte de vícios, reeducação – seja alimentar, de rotinas etc. Faça acompanhamento médico e assim a mágica estará completa: mais que uma máquina de repetições e de cargas variadas, seu cliente tem de ser humanizado, desestressado e integrado socialmente.

Agora reveja seu conceito de qualidade vida! Será que você conseguiu agregá-lo ao seu produto? Será que seu cliente percebeu o que você fez? Ou melhor: será que você entendeu que esse cliente está comprando muito mais do que atividade física, ou seja, está adquirindo qualidade de vida!

Esse é seu produto, e quem o quiser terá de procurá-lo. E pode ter a certeza: poucos são capazes de produzi-lo, pois sua maior característica é ser intangível: não se vê e não se toca, apenas se sente.

Bom trabalho!


Por Paulo Lobato, Univ Fed Viçosa/MG
Publicado na Revista Digital Gestão Fitness

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A importância da Avaliação Física






Por Guilherme Bareta Belchior

A avaliação física é um importante processo no treinamento esportivo ou na prescrição de exercícios físicos para saúde ou estética. Quanto maior o número de informações que o professor tiver do seu aluno, mais personalizada será a planilha de treinos. O profissional de Educação Física poderá identificar possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de doenças e auxiliar a estabelecer metas para o aluno avaliado a partir da identificação dos déficits apresentados, seja para melhorar o condicionamento físico, o desempenho esportivo e reduzir peso ou percentual de gordura, nunca se esquecendo dos objetivos impostos (e necessários) pelo aluno.

Por meio da avaliação, o profissional terá parâmetros para identificar a melhor atividade para o aluno e a intensidade e frequência desses exercícios para que se trabalhe dentro da zona de treinamento individual.
Para que uma avaliação física seja bem feita é necessário utilizar critérios e protocolos bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indiquem, através de análises e comparações, a real situação em que se encontra o avaliado.

Mas não basta apenas uma avaliação física. O correto é que o aluno faça periodicamente a reavaliação, permitindo uma comparação para que o Educador Físico possa acompanhar o progresso do avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Com isso, é possível reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas.

Vale ressaltar que uma rotina de exercícios eficaz é aquela que é combinada corretamente com a duração e intensidade dos esforços que a atividade exige, levando em consideração as condições e necessidades de cada um diagnosticadas na avaliação. Quando os exercícios são praticados de maneira correta, há menor probabilidade de ocorrer acidentes, lesões ortopédicas, reduz-se o risco de precipitação de acidentes cardiovasculares e outros desgastes indevidos.

Uma boa avaliação física deve conter:
ANAMNESE: perguntas para identificar histórico esportivo e pessoal; problemas de saúde; restrições médicas e medicamentos utilizados; e os objetivos do praticante.
MEDIDAS CIRCUNFERENCIAIS: feitas com uma trena antropométrica, medimos as circunferências de membros superiores, tronco e membros inferiores.
COMPOSIÇÃO CORPORAL: verificamos o peso e a altura atuais e detectamos o percentual de gordura, peso de gordura, peso de massa muscular, peso ideal e índice de massa corporal (IMC).
ANÁLISE POSTURAL: através de quatro posições, analisamos e indicamos desvios posturais que podem interferir no treinamento e na vida cotidiana da pessoa, e indicamos exercícios para melhorar a postura do avaliado.
TESTE DE FLEXIBILIDADE: podemos medir, por meio de testes adimensionais, os níveis de flexibilidade e amplitude articular das principais articulações e alongamento da musculatura.
TESTES DE FORÇA: utilizamos teste abdominal e de flexões de braços para verificar possíveis pontos de dores que possam limitar a realização correta dos exercícios.
TESTE CARDIORRESPIRATÓRIO: pode ser feito de maneira direta, através do teste físico, ou de maneira indireta, calculada por fórmulas. Determinamos a frequência cardíaca máxima e todos os limites de treinamento, além de verificar a pressão arterial durante o esforço e o nível de esforço muscular de membros inferiores.


OS RESULTADOS SÃO PERCEBIDOS QUANDO COMPARAMOS A AVALIAÇÃO FÍSICA DO INÍCIO DO TREINAMENTO COM A AVALIAÇÃO APÓS UM TEMPO DETERMINADO.
A AVALIAÇÀO FÍSICA É SINÔNIMO DE SEGURANÇA E BONS RESULTADOS.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pilates Sobre Rodas


Cadeirantes podem fortalecer músculos e melhorar a qualidade de vida com o Pilates.

Portadores de necessidades especiais como os cadeirantes têm o Pilates como grande aliado no dia a dia. Com o médoto é possível trabalhar diversos grupos musculares de forma não agressiva e inteligente proporcionando benefícios como alongamento e maior controle corporal, correção postural, maior flexibilidade, além de tônus e força muscular.

De acordo com os fisioterapeutas Michel Salgado e Sérgio Machado, sócios-fundadores e diretores da Metacorpus Studio Pilates, a atividade física específica para pessoas com lesão medular é fundamentada no condicionamento físico baseado em seis princípios fundamentais como: concentração, controle, power house, movimento fluido, respiração e coordenação motora.

“Até pouco tempo, o tratamento de pacientes com lesão medular estava restrito à prevenção de danos à medula espinhal, limitando o tratamento fisioterápico à reabilitação intensiva. Com o aumento da expectativa de vida dessas pessoas e o ganho social para sua maior acessibilidade de mobilidade, o processo de reabilitação desviou-se da preocupação de sobrevivência e tem foco na melhoria da qualidade de vida e no aumento da independência”, avalia o fisioterapeuta Michel Salgado.

Entre os vários benefícios proporcionados pela prática do Pilates Michel Salgado destaca o alongamento e maior controle corporal; a correção postural; mais flexibilidade; melhora no tônus e força muscular;alívio de tensões, estresse e dores crônicas; desenvolvimento da consciência corporal; melhora da mobilidade das articulações; estimulação do sistema circulatório e oxigenação do sangue; fortalecimento dos órgãos internos; melhora da capacidade respiratória e aumento da sensação geral de bem estar.

“Deve-se trabalhar bem a questão do aumento da força em membros superiores uma vez que esta musculatura sofre sobrecarga. É importante gerar uma harmonia dos movimentos estimulando maior coordenação motora na execução das atividades diárias”, completa o fisioterapeuta Sérgio Machado.

Atividade física acessível

Nascido em 1880, Joseph Pilates criou um repertório de exercícios que eram executados no solo. Residente na Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial, foi feito prisioneiro e transferido a um campo de trabalho britânico, onde aprimorou seus movimentos com auxílio de molas e macas para reabilitar soldados feridos.

De acordo com a fisioterapeuta Tatiana Kasahara, proprietária de três unidades da rede Metacorpus, a evolução dos pacientes portadores de lesão medular, assim como as respostas destes às aulas de Pilates, são imprevisíveis. As funções sensitivas, motoras e funcionais preservadas abaixo do nível da lesão apresentam padrões variáveis de recuperação. É importante que o paciente tenha o mínimo de controle de tronco para frequentar as aulas, alguns exercícios podem ser feitos na própria cadeira de rodas.

Ainda segundo Tatiana Kasahara,é importante para este público que passa a maior parte do tempo na mesma posiçãoter aulas buscando melhorar a capacidade respiratória, uma vez que ele é incentivado a utilizar a mobilidade de todo tórax de modo a dificultar o surgimento de possíveis doenças como pneumonias. Da mesma forma, o Pilates para portadores de lesão medular auxilia no trabalho dos órgãos internos e musculaturas profundas, oferecendo melhora no funcionamento intestinal.

“Muitos alunos nos relatam este tipo de melhora. Exercícios específicos para controle e sustentação do tronco, fortalecimento de membros superiores para facilitar transferências de peso para outros locais (carro, cama, cadeira, sofá) e estímulos de equilíbrio”, afirma Tatiana.

Para o treino com paraplégicos, por exemplo, são utilizados bolas, elásticos e os próprios equipamentos de Pilates. “O exercício é um ótimo aliado não só da performance motora como também da autoestima. Mesmo aqueles que precisam de auxílio para realizar os exercícios devem sempre ter em mente que ele será responsável pelos cuidados com o próprio corpo. Alguns exercícios do Pilates quando praticados no dia a dia proporcionaram a nossos alunos independência e autonomia, bem como maior equilíbrio estático e dinâmico”, avalia Tatiana.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vinte sugestões para o seu filho amar comidas saudáveis

Mônica Brandão Publicado em 13.02.2012
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Getty Images
Já que é nos primeiro anos de vida que se aprende a comer, conheça as principais sugestões de especialistas para oferecer uma boa educação alimentar ao seu filho

Um estudo americano publicado na revista Clinical Pediatrics, depois de avaliar crianças e adolescentes obesos, concluiu que é nos primeiros anos de vida que uma pessoa aprende a comer, pois descobriu que mais da metade já se encontrava nessa situação aos 2 anos de idade. Segundo os pesquisadores, os hábitos alimentares aprendidos nessa primeira fase orientam a criança em seu futuro e são difíceis de serem modificados. Justamente nesse período, os pais têm mais dúvidas à mesa tentando cumprir bem o seu papel. Conheça as principais sugestões dos especialistas para oferecer uma boa educação alimentar ao pequeno.

1. Seja o exemplo
Papai e mamãe são os maiores exemplos, mas isso nem sempre é bom. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, 40% dos adultos brasileiros são obesos, o que prova: a alimentação dos pais não reflete bons hábitos. Não adianta nada o casal acostumado a pedir sanduíche no almoço e comida chinesa no jantar imaginar que ensinarão o filho a comer saudavelmente. Se ele não presenciar a mãe saboreando uma deliciosa salada, não vai fazer o mesmo. Iniciar as modificações desses hábitos ainda durante a gravidez - que também exige uma boa alimentação - dará mais tempo para efetivá-las até que o bebê comece com as papinhas. A mudança, em geral, é difícil, principalmente nas primeiras semanas, mas o investimento vale a pena. Caso a criança vá ficar aos cuidados de outra pessoa, como parentes e berçários, verifique como é a conduta deles também.

2. Aprenda a cozinhar
Segundo a maioria dos especialistas, o fato de as famílias comerem de maneira inadequada tem a ver com a falta de tempo e a disposição para cozinhar. Primeiro passo: distribua tarefas e organize os horários para que alguém consiga ser o cozinheiro. Muitas pessoas descobrirão que preparar um prato saudável requer menos tempo do que se imagina. Pedir ajuda a parentes, amigos e vizinhos gourmet também é uma boa dica. Já existem no mercado livros de culinária destinados aos cozinheiros de primeira viagem, com fotos e textos bem didáticos. Quando aprendem a cozinhar, os pais também ficam mais conscientes sobre as vantagens de uma alimentação saudável. E podem (por que não?) descobrir um prazer nisso.

3. Diversifique a papinha
Uma boa papinha precisa incluir os três grupos alimentares: construtores (carnes de boi, de frango e de peixe, feijão, ervilha, proteínas), energéticos (arroz, macarrão, batata, carboidratos em geral) e reguladores (legumes, verduras, fibras). Diversifique bastante. Oferecer o máximo possível de variedades de alimentos é importante para garantir o fornecimento de todos os nutrientes necessários ao crescimento do bebê. É importante também para ele conhecer e se acostumar com a comida, descobrir suas preferências e tolerâncias. Quando é colocada em contato com muitos tipos de alimento, a tendência da criança é aceitar tudo, incluindo frutas, legumes e verduras. Quanto menos variado for o cardápio, mais seletiva ela será, principalmente na adolescência, o que pode prejudicar seu desenvolvimento e até o futuro controle de peso.

4. Prepare combinações apetitosas
Comida de criança tem de ser gostosa e não apenas uma soma de ingredientes. Crie combinações que um adulto também apreciaria, com bom senso, levando em conta os diferentes sabores e as misturas possíveis - e cabíveis. Não é recomendável utilizar sal, pois os alimentos já contêm sódio suficiente para suprir as necessidades diárias de uma criança - em excesso, ele causa hipertensão e problemas renais. Personalize a receita com temperos in natura, como cebola, alho, salsa, cebolinha e outras ervas, para deixar a papinha mais gostosa. Comida malfeita desestimula o bebê a gostar de comer.

5. Respeite cada fase
Respeitar cada fase até os 2 anos incentiva o apetite infantil. Sem os dentes não tiverem nascido, o bebê consegue apenas ingerir papinhas pastosas, preparadas com alimentos amassados (jamais batidos no liquidificador). Depois disso, a consistência deve caminhar gradualmente para uma sopa pedaçuda. Entre os 8 e 9 meses de idade, já é possível oferecer alimentos macios em pedaços. Carnes podem ser moídas, picadas ou desfiadas. Quando a mastigação não é estimulada, a criança tende a não aceitar saladas, carnes em pedaços, frutas e alimentos que exijam mais, principalmente os que são boas fontes de proteínas e fibras.

6. Ofereça muita água
Acostume seu filho a beber água ou ele poderá crescer sem esse hábito. A água é muito importante na infância para ajudar no bom funcionamento do intestino e diminui o risco de problemas como dores de cabeça e musculares, dificuldade na digestão e sobrecarga nos rins. Não existe uma recomendação médica específica sobre a quantidade, mas ofereça depois das refeições - nunca durante - e entre elas. Faça o mesmo com os sucos. Com o tempo, a própria criança aprenderá a indicar que está com sede.

7. Evite as guloseimas
Evite açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas sempre, mas, principalmente, nos dois primeiros anos. São alimentos de grande valor calórico e sem nenhum nutriente, além de não acrescentarem nada ao organismo. Muitos contêm aditivos químicos. Um bebê criado saudavelmente vai entender que a sobremesa é fruta, e não doce. Mesmo que mais para a frente tenha contato com as guloseimas, a criança terá outra relação com elas.

8. Deixe a criança comer o quanto quiser
Até os 2 anos, ela tem a capacidade de saber exatamente quando está saciada e obedece a essa ordem do organismo. Se os pais insistem para que ela se alimente mais, acabará fazendo isso para agradá-los e corre o risco de perder tal habilidade. Não saberá mais distinguir quando a fome acabou. Com o tempo, seu estômago pode dilatar, aumentando o risco de se tornar uma pessoa obesa.

9. Observe o quanto seu filho come
Cuidado com o quanto oferece de comida. Uma grande quantidade pode assustar a criança e até desestimular seu apetite. A tendência do adulto é fazer o prato semelhante ao seu, esquecendo que o estômago infantil é menor - a capacidade gástrica de um bebê de 1 ano, por exemplo, é de 250 ml, enquanto a de um adulto é de 1,3 mil ml. Para não exagerar, observe durante algumas semanas o quanto seu filho come. Em alguns dias, ele come mais e, em outros, menos, mas você notará que existe uma quantidade-padrão que pode servir como referência.

10. Mantenha os mesmos horários de refeição
Isso ajuda na organização do metabolismo da criança, que conseguirá entender melhor as sensações de fome e saciedade. A atitude também vai ajudar na rotina de casa: fica mais fácil saber a hora de ir para a cozinha preparar o almoço ou a antecedência necessária para fazer compras. Sem falar que os pais também conseguem administrar melhor o tempo e estar presentes na mesa com o filho - ou procurar que alguém adequado esteja.

Fontes

Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, em São Paulo;
Victor Nudelman, pediatra e neonatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo;
Tânia Rodrigues, diretora técnica da RG Nutri Consultoria Nutricional, em São Paulo.